Em tupi-guarani, Turi é fogo, fogueira. Sem dúvida, esse nome é super apropriado para o mais recente empreendimento do chef Cristóvão Laruça, nascido português, mas que já tem alma bem brasileira. Além de render bela homenagem aos povos originários, a cozinha do Turi tem o conceito de “primitiva”. A cozinha de fogo, mas não aquele dos fornos ou fogões. Aqui, o fogo vem da brasa. A cocção dos alimentos é toda feita através dessa técnica, que pode ser apreciada pelos clientes, pois além de virtuoso cozinheiro, o chef é arquiteto de formação. Ele mesmo assumiu a concepção do projeto arquitetônico do restaurante. Resultado: a junção dessas habilidades em uma pessoa não poderia dar mais certo. A lenha, além de ser utilizada no preparo dos alimentos, é um encantador e fascinante ponto na decoração. Um balcão grande circunda toda área do preparo dos alimentos, que é aberta. Ou seja, a boa experiência de se estar no local vai além do paladar e do aroma do prato, mas é também visual.

Estar cara a cara com quem prepara a comida atrai e fascina os clientes. “Da mesma forma que as pessoas saem para ir ao cinema ou teatro, optam por se sentar no balcão para ter uma experiência diferente. Participam daquela cena toda, e a refeição acaba sendo um evento”, afirma o chef. Cristóvão Laruça aplica no Turi uma cozinha autoral, dando muito valor aos ingredientes brasileiros (principalmente os mineiros). Até por isso o cardápio respeita a sazonalidade dos cultivos. Alguns pratos saem do menu, e outros entram com a mesma e apurada técnica.

A melhor forma de aproveitar é pedir o menu-degustação, que em 8 pratos, por R$ 180 por pessoa, é capaz de mostrar todo o ousado e moderno conceito da casa. Entre os destaques do cardápio estão: ricota defumada, presunto lonza e melão grelhado (R$ 42) , mexilhão defumado com tomate cereja e creme de leite fermentado (R$ 58), presa de porco duroc, cogumelos pêssego e endívias (R$ 82), peixe do dia com legumes grelhados, tucupi negro e pil pil (R$84), polvo grelhado, abóbora abocha, cogumelo defumado e lardo (R$ 95) e picanha com tatin chalota e pimentões grelhados (R$ 115), prime rib, batatas defumadas e pimenta cambuci grelhada (R$ 180 p/ 2 pessoas), além do dry aged 150 dias de prime rib wagyu, batatas defumadas e pimenta cambuci grelhada (R$ 360 p/ 2 pessoas). As sobremesas também seguem a pegada do restante do cardápio, elaboradas por um chef confeiteiro, como o brûlêe de milho verde e leite de cabra (R$ 28)